Bibliotecas do Agrupamento

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Há o hábito de pensar que se entra numa biblioteca para procurar um livro. Não é verdade. Sim, por aí se começa, mas o que na realidade se busca é aventura.
Umberto Eco

23 de abril de 2015

Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor - 23 de abril

A 23 de abril celebra-se o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor. A data tem como objetivo reconhecer a importância e a utilidade dos livros, assim como incentivar hábitos de leitura na população.
Os livros são um importante meio de transmissão de cultura e informação, e elemento fundamental no processo educativo.

Origem da data

A UNESCO instituiu em 1995 o Dia Mundial do Livro. A data foi escolhida por ser um dia importante para a literatura mundial - foi a 23 de abril de 1616 que faleceu Miguel de Cervantes e a 23 de abril de 1899 que nasceu Vladimir Nabokov (escritor russo). O dia 23 de abril é também recordado como o dia em que nasceu e morreu o escritor inglês William Shakespeare.
A data serve ainda para chamar a atenção para a importância do livro como bem cultural, essencial para o desenvolvimento da literacia e desenvolvimento económico. 


Ler é o que está a dar!
                                                         Um amigo verdadeiro

Sempre que Rogério sai de casa, esquece-se de alguma coisa. Quando se lembra, já é tarde demais.
E o que é que Rogério faz? Absolutamente nada. Só pensa: “Ainda bem que tenho o João”.
O João é o seu melhor amigo, um amigo a sério, um amigo com quem se pode contar.
O Rogério sabe muito bem o que é um amigo com quem se pode contar. Sempre que ele se esquece de alguma coisa, é o João que o livra de apuros.
O Rogério vai para a escola sem sapatilhas.
— Logo vi que ias esquecer-te! — diz o João, tirando um par de meias grossas do saco de ginástica, que entrega ao Rogério.
O Rogério chega ao parque sem bola.
— Logo vi que ias esquecer-te!
O João tem escondida, atrás das costas, a sua própria bola, que lhe estende.
O Rogério vai com o João à feira popular e não leva dinheiro na carteira.
— Logo vi que ias esquecer-te! — E como não se pode andar no carrossel sem pagar, o João tira uma moeda do bolso.
E é assim dia após dia: o Rogério esquece-se sempre de alguma coisa, o João, nunca… ou será que não?
Não. O João esquece-se sempre dos lápis de cera. Não adianta esforçar-se por fazer a pasta a tempo e horas. Quando chega a aula de desenho, o João não tem os lápis de cera na pasta.
O Rogério sabe que o João se esquece sempre deles, e por isso ele, Rogério, pode esquecer-se de tudo o que há no mundo, só não se esquece dos lápis de cera.
Estão na aula de desenho. O Rogério tira os seus lápis da pasta e põe-nos em cima da carteira. O João volta a ficar corado de vergonha porque deixou os lápis em casa, no quarto.
Então, o Rogério sorri e tira da pasta outra caixinha de lápis de cera, que pousa em cima da carteira do João.
— Logo vi que ias esquecer-te! — diz ele a sorrir.


Lene Mayer-Skumanz (org.) Hoffentlich bald Wien, Herder Verlag, 1986 tradução e adaptação


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